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Nos últimos anos, os relacionamentos abertos têm ganhado visibilidade e adeptos, principalmente entre casais que buscam alternativas ao modelo tradicional de monogamia. A proposta de poder se envolver com outras pessoas sem que isso signifique traição ou fim do vínculo principal pode parecer moderna, libertadora e até prática. No entanto, é preciso refletir: será que o relacionamento aberto é, de fato, uma solução madura para a complexidade das relações humanas ou pode, em muitos casos, representar uma fuga disfarçada de liberdade?

O que é um relacionamento aberto?

Relacionamento aberto é uma modalidade de relação afetiva na qual os parceiros concordam, de forma mútua e consciente, que não haverá exclusividade sexual — e, em alguns casos, também afetiva. Isso significa que ambas as partes podem se envolver com outras pessoas sem que isso configure uma traição, desde que haja regras claras e consenso entre o casal.

Essa estrutura desafia os conceitos tradicionais de fidelidade e exclusividade, e para funcionar, exige comunicação honesta, confiança mútua e, acima de tudo, maturidade emocional.

Liberdade ou escudo emocional?

Para muitos casais, a proposta de abrir o relacionamento vem como uma alternativa saudável diante do desgaste do vínculo, do desejo sexual por outras pessoas ou da tentativa de evitar a monotonia. Contudo, é preciso analisar com sinceridade o que está por trás dessa escolha.

Será que o relacionamento aberto surge porque o casal realmente acredita nesse modelo ou é uma forma de evitar enfrentar problemas mais profundos, como o medo do abandono, a dificuldade de comunicação, o tédio relacional ou o desgaste emocional?

Abrir a relação pode funcionar como um “curativo emocional” temporário para disfarçar a crise. Ao invés de conversar sobre o que está incomodando, alguns casais decidem “abrir” como tentativa de salvar algo que já está se deteriorando. Nesse caso, o relacionamento aberto não é solução, mas fuga.

Quando pode ser uma escolha saudável?

Por outro lado, para algumas pessoas, o relacionamento aberto não é sinônimo de desordem ou carência, mas sim de um entendimento diferente sobre amor, desejo e liberdade. Casais que optam por esse modelo de forma consciente e planejada, com valores compatíveis e regras bem estabelecidas, podem sim viver uma experiência rica e sincera.

Para funcionar bem, é fundamental que:

  • Ambos queiram genuinamente: abrir o relacionamento não pode ser uma imposição de uma das partes.

  • Haja diálogo constante: inseguranças, ciúmes e dúvidas devem ser discutidos abertamente.

  • O vínculo principal esteja forte: quando há amor, confiança e respeito no centro da relação, a abertura pode não representar uma ameaça.

  • Os limites sejam claros: cada casal define suas regras. O importante é que ambos se sintam confortáveis.

Os perigos da idealização

É comum ver pessoas entrando em relacionamentos abertos movidas por modismos, promessas de liberdade plena ou como forma de agradar o parceiro. Mas um relacionamento aberto mal estruturado pode gerar exatamente o oposto do que promete: mais sofrimento, insegurança, competição e confusão emocional.

Muitos entram nessa dinâmica sem estarem emocionalmente preparados para lidar com o ciúme, a comparação constante com os “outros”, ou mesmo com o medo de perder o parceiro principal. Isso pode gerar ansiedade, baixa autoestima e até o rompimento definitivo do relacionamento.

Relacionamento aberto para resolver problemas?

Abrir o relacionamento não cura carência afetiva, insegurança, dependência emocional ou desrespeito. Se o vínculo está fragilizado, abrir a relação não vai resolver — pelo contrário, pode acelerar o fim.

Relacionamentos, sejam abertos ou fechados, exigem entrega, responsabilidade afetiva e disposição para enfrentar desafios. A liberdade só é saudável quando acompanhada de maturidade. Caso contrário, é só um nome bonito para fuga emocional.   sp love

Reflexão final

Relacionamento aberto não é certo ou errado — é apenas uma escolha. O que define seu sucesso não é o modelo em si, mas a maturidade com que ele é conduzido. Antes de tomar essa decisão, é essencial que cada pessoa olhe para dentro e se pergunte: estou buscando liberdade ou evitando lidar com algo que me incomoda?

Abrir a relação pode ser uma solução... mas só se não for uma fuga.



Fonte: Izabelly Mendes


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