Reunidos em assembleia realizada na quarta-feira (6) à noite, os funcionários da ARM, responsáveis pela instalação e manutenção de linhas e aparelhos telefônicos da Oi em toda a Paraíba, decidiram por unanimidade retornar às atividades nesta quinta-feira (7), pondo fim ao movimento paredista deflagrado em todo o estado na última segunda-feira (4).
Eles aceitaram o acordo firmado entre a empresa de telefonia e o Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do Estado da Paraíba e a CUT. Dentre as conquistas asseguradas pelas entidades à categoria, constam o piso salarial de 700 reais retroativo a 1º de novembro, reajuste de 6,38% sobre o salário vigente em 1º de agosto para os demais funcionários até a função de gerentes, uma ajuda de custo especial de 250 reais a ser paga este mês, pelos três meses de postergação dessa readequação.
A presidente do Sinttel, Luzenira Linhares, citou ainda outros pontos que não constavam na convenção coletiva e foram incorporados após exaustiva negociação ao acordo, a exemplo do reajuste de 6,38% a partir de 1º de novembro aos veículos agregados pelos funcionários, do pagamento de ticket-alimentação nas férias no percentual de 50 % e abono das faltas decorrentes da paralisação, através da compensação do respectivo período por uma hora diária além da jornada de trabalho, entre segunda-feira e sábado.
Auxílio creche
"Também garantimos o pagamento pela empresa, a título de reembolso às trabalhadoras lactantes, do auxílio creche, consistente no reembolso, do primeiro dia do quarto mês de vida até um ano e oito meses de idade completa do filho natural ou adotivo, do valor de R$ 159,57", afirmou, acrescentando que o ticket alimentação também ganhou um incremento de 10%, com efeito retroativo a partir de 1º de setembro. Além dessas cláusulas sociais, ela destacou a garantia de direitos, como liberação de diárias antes das viagens, bem como registro de ponto 'sem escalas", no destino de retorno.
Nesse contexto, o sindicalista Marcos Henriques falou da importância da iniciativa, inédita no país, da Câmara de Mediação de Conflitos, que condicionará à empresa e Sinttel o cumprimento do devido processo legal na apuração de denúncias, assegurados aos envolvidos os princípios universais da ampla defesa e contraditório."Com isso, serão proporcionadas condições necessárias para apuração e responsabilização de denúncias as mais variadas, como maus tratos e assédio moral e até sexual por gestores", declarou.
A greve
Os funcionários da ARM Telecomunicações, empresa de logística terceirizada da Oi, que prestam serviços na Paraíba, entraram em greve na segunda-feira (4) por tempo indeterminado. Cerca de 700 trabalhadores em todo o estado cruzaram os braços para pressionar que reivindicações sejam atendidas pela empresa.
Na manhã de terça-feira (5), aproximadamente 150 profissionais se reuniram e fizeram uma manifestação pacífica na frente da Oi Epitácio Pessoa, em João Pessoa.
De acordo com a presidente do Sindicado dos Trabalhadores em Telecomunicação da Paraíba (Sinttel-PB), Luzenita Linhares, às 9h, foi realizada uma reunião com a direção da operadora telefônica, mas não havia sido fechado nenhum acordo.
A presidente do sindicado diz que, entre outras exigência, os trabalhadores solicitam o reajuste salarial na data base e reajuste do piso salarial.
Com a paralisação, Luzenita alerta que os clientes da telefonia fixa, de internet (Velox) e de dados da Oi poderão ter os serviços prejudicados. Acontece que esses funcionários são responsáveis pela instalação e manutenção de linhas e aparelhos telefônicos da Oi na Paraíba, ou seja, caso os serviços apresentem problemas, não a empresa não contará com os funcionário para consertar a falha.
Em nota, a Oi comunicou que a empresa conta com "plano de contingência" que garantem a prestação dos serviços em caso de problemas.
“A Oi informa que mantém planos de contingência com o objetivo de garantir a prestação do serviço. Casos pontuais de problemas técnicos podem ser comunicados pelo canal de atendimento 103 31", diz a nota.
A Campanha Salarial 2013/2014 dos trabalhadores foi iniciada há mais de dois meses, em que foram realizadas várias assembleias para negociação, mas segundo ela, não foram obtidos avanços com a direção da ARM Telecomunicações.
“Os trabalhadores ganham praticamente um salário mínimo, é apenas seis reais a mais. Eles não querem nem usar o Índice Nacional de Preço ao Consumidor, no ajuste de salário que todos os sindicatos utilizam na data base. Esse reajuste corrige apenas a inflação dos 12 meses últimos meses, mas nem isso eles querem acertar”, reclamou a presidente do Sinttel-PB.
A ARM é a maior empresa prestadora de serviço da Oi. Trabalhadores de todas as unidades da ARM estiveram concentrados em frente aos portões das respectivas unidades como sinal de protesto. O objetivo da manifestação, segundo Luzenita Linhares foi sensibilizar a empresa e tornar públicas suas reivindicações.
PORTAL CORREIO COM ASSESSORIA
Postar um comentário