A notícia sobre uma possível volta do goleiro Bruno ao futebol profissional dentro de três meses, caso seu advogado consiga um habeas-corpus, movimentou o noticiário esportivo nesta semana e, se for analisada friamente, chega a beirar o absurdo.
Preso desde 2010, por estar entre os suspeitos pelo desaparecimento e pelo suposto assassinato de Eliza Samúdio, sua ex-amante, Bruno já deixou de ser um atleta profissional há muito tempo, e seu retorno às atividades poderia trazer várias consequências negativas, tanto no âmbito esportivo quanto no pessoal.
Apesar de até o momento não poder ser considerado culpado por falta de provas e, por isso, teoricamente ter direito a uma segunda chance, o ex-jogador, que ainda tem contrato com o Flamengo (suspenso desde a sua prisão) dificilmente conseguiria se readequar à rotina de um atleta profissional.
Como o próprio vice-presidente jurídico flamenguista, Rafael de Piro, revelou ao R7, há empecilhos jurídicos para sua possível volta, já que, por ser suspeito de assassinato, Bruno dificilmente será autorizado pela Justiça a deixar a comarca do crime ou a dormir fora de casa.
Além disso, problemas psicológicos podem atrapalhá-lo em sua readaptação aos campos, já que Bruno terá que conviver com a inevitável ‘perseguição’ de torcedores de outros clubes, seja nas ruas, seja nos estádios.
No caso de superar tudo isso, um problema ainda maior estará diante do ex-goleiro: o próprio grupo do time que eventualmente o receber. Será que os jogadores encarariam normalmente a presença de um suspeito de assassinato no elenco? E nas confraternizações entre as famílias, comuns após finais de campeonatos? Como Bruno seria visto por filhos, esposas, namoradas, mães dos companheiros de clube?
É bom os dirigentes de Flamengo e outros times supostamente interessados em Bruno pensarem bem nisso antes de oferecerem um novo contrato ao ex-jogador.
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