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A Polícia Federal revelou no final da manhã desta quarta-feira (16) que uma das principais fraudes cometidas no programa 'Leite da Paraíba' foi a provável adição de água.


Mais: a PF também revelou que em duas marcas de leite - que não tiveram os nomes revelados - foi constatada alta taxa de alcalinidade, que pode ser encontrada em produtos como 'barrilha' e soda cáustica.

Policiais federais realizaram desde as primeiras horas desta quarta a Operação Amaltéia, em várias cidades da Paraíba.
Segundo o superintendente da PF, Marcelo Diniz Cordeiro, pessoas não habilitadas estavam se passando por produtores rurais e houve omissão dos funcionários da Fundação de Ação Comunitária (FAC) para fiscalização e contratação dos produtores do laticínio.
Para realizar a ação, os policiais realizaram uma amostra no mercado paraibano de várias marcas diferentes de leite (para poder comparar com o produto fornecido pelo programa).
Em duas delas, foi constatada alta taxa de alcalinidade, que pode ser encontrada em produtos como o Hidróxido de sódio (NaOH), também conhecido como soda cáustica (produto de base forte usado na fabricação de papel, tecidos, detergentes, alimentos e biodiesel).
Operação Amaltéia
A ação ocorre em conjunto com o Ministério Público Federal, Controladoria-Geral da União e o Tribunal de Contas da União.
A Operação Amaltéia, realizada em várias cidades paraibanas, entre elas João Pessoa, Monteiro, Campina Grande, Cajazeiras, Sousa e Santa Luzia, teve a finalidade de cumprir 22 mandados de busca e apreensão e 08 mandados de proibição de que investigados frequentem fábricas de leite e órgão públicos, todos expedidos pela Justiça Federal na Paraíba.
Participaram da operação vinte servidores da CGU e cerca de cem policiais federais.
A investigação teve como objetivo desarticular um esquema criminoso que vem fraudando e causando prejuízos ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), o qual firma convênio com o órgão estadual responsável por operacionalizar a contratação de laticínios e o controle de produtores rurais para que haja a distribuição de leite, no denominado Programa Leite da Paraíba.
Verificou-se que a quadrilha agia se valendo de pessoas que não se enquadram na condição de produtor rural e que, por isto, não estariam aptas a fornecer leite ao Programa.
Indícios também apontam suposto envolvimento de servidores da FAC – Fundação de Apoio Comunitário do Estado da Paraíba, responsável por operacionalizar o Programa do Leite.
Outra irregularidade detectada e que está sendo criteriosamente analisada diz respeito à qualidade do leite (provável adição de água ao leite e também há suspeita de que são acrescidas ao produto substâncias químicas para prolongar a sua vida útil).
O volume de recursos repassado ao Programa alcançou o montante de R$ 285.863.318,15 (duzentos e oitenta e cinco milhões, oitocentos e sessenta e três mil, trezentos e dezoito reais), sendo este resultante do somatório dos valores pactuados nos convênios firmados entre a FAC e o MDS, no período de 2005 a 2011. O montante aplicado irregularmente ou desviado está sendo apurado.
Os crimes investigados e sobre os quais pesam indícios sobre os investigados são: ESTELIONATO EM DETRIMENTO DE ENTIDADE DE DIREITO PÚBLICO (Art. 171, Parágrafo 3º do Código Penal Brasileiro); FORMAÇÃO DE QUADRILHA (Art. 288, do CPB); FALSIDADE IDEOLÓGICA (Art. 29 do CPB) e ADULTERAÇÃO DE PRODUTO ALIMENTÍCIO DESTINADO A CONSUMO (Art. 272 do CPB). As penas dos crimes somadas chegam ao máximo de 21 anos de reclusão.
Amaltéia
Na mitologia grega, Amaltéia está ligada à infância de Zeus, ou como uma ninfa que cuidou de Zeus, ou como uma cabra que amamentou Zeus.

RADIALISTA SEBASTIÃO BARBOSA 
Felipe Silveira, com informações de Albemar Santos, da Correio Sat

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