A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as relações entre Carlinhos Cachoeira e agentes públicos e privados pretende ouvir nesta terça-feira (15), às 14 horas, o depoimento do contraventor. O advogado de Cachoeira, Márcio Thomaz Bastos, informou, no entanto, que se seu cliente realmente comparecer à CPMI, deverá se manter calado.
O advogado entrou, na semana passada, com um pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para que Cachoeira seja dispensado de prestar o depoimento. O relator do pedido no STF, ministro Celso de Mello, deve decidir hoje sobre ele.
Os advogados alegam que Cachoeira não deve comparecer à CPI antes de conhecer os documentos que servirão de base para as indagações dos parlamentares.O advogado entrou, na semana passada, com um pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para que Cachoeira seja dispensado de prestar o depoimento. O relator do pedido no STF, ministro Celso de Mello, deve decidir hoje sobre ele.
Para tentar convencer o Supremo, a defesa citou decisões anteriores do próprio tribunal que dispensaram pessoas de prestar depoimentos a CPIs. Os advogados afirmam que Cachoeira será ouvido na condição de investigado e que, portanto, é necessário que conheça todas as provas que servirão de base para as perguntas dos integrantes da CPI.
Antes de protocolar o pedido de habeas corpus no STF, a defesa de Cachoeira tinha solicitado ao presidente da CPI, senador Vital do Rego (PMDB-PB), que fornecesse as informações. No entanto, o requerimento foi negado. Segundo os advogados, Cachoeira está "impedido de conhecer com inteireza o que pesa contra ele".
A defesa sustenta que para decidir se vai falar ou se vai silenciar na CPI o bicheiro precisa conhecer o material. "De toda sorte, para decidir se fala ou se cala, ele precisa antes saber o que há a seu respeito", afirmam. Os advogados pedem que o STF conceda uma liminar para adiar o depoimento para que Cachoeira "não seja compelido, antes de ter ciência das provas a ele vinculadas, a permanecer em silêncio contra seus legítimos interesses, ou a apresentar versão sobre fatos e provas que não conhece apropriadamente".
Gurgel
O presidente da CPMI do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), afirmou na sexta-feira passada que a comissão decidirá na próxima quinta-feira (17), se o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, será convocado a depor.
A ida de Gurgel à CPI é defendida por parlamentares do PT, que querem saber por que o procurador-geral não abriu, em 2009, durante a Operação Vegas da Polícia Federal, um inquérito para investigar o envolvimento de políticos com o esquema de Carlinhos Cachoeira.
Em entrevista ao Jornal Hoje, da TV Globo, Vital do Rêgo disse que na próxima quinta serão votados “todos os requerimentos que envolvem o Ministério Público, as convocações dos procuradores e a possível convocação do procurador-geral”. Segundo ele, os parlamentares também vão debater na quinta os aspectos jurídicos e técnicos envolvidos numa possível convocação do procurador-geral.
Gurgel já avisou que não pretende comparecer à comissão se convocado e a controvérsia pode chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF), a quem caberá a palavra final se o procurador-geral deve ou não ir à CPI. Na quinta-feira (10) dois ministros do STF, Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes, se anteciparam e se posicionaram contra a ida de Gurgel à CPMI.
Procuradores
Vital do Rêgo informou ainda que o depoimento dos procuradores da República Daniel de Rezende Salgado e Lea Batista de Oliveira, que acompanham a operação Monte Carlo pelo Ministério Público Federal, foi transferido também para a próxima quinta-feira.
Da Redação/MM
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