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Faz pouco mais de um mês que a vida da operadora de caixa Francineide Freitas Leal, de 27 anos, mudou em razão de boatos que começaram a circular nas redes sociais – montagens acusam a mulher e o ex-marido de sequestrar e traficar crianças.

Francineide já recebeu ameaças pela internet e chegou a cortar o cabelo para não ser reconhecida nas ruas deCuiabá, o que não adiantou.

"Recebo ameaças nas redes sociais. É sempre algo como: 'Vou te mostrar como é tirar o órgão de uma criança, vou fazer a mesma coisa com você. Se eu te pegar vou te matar'", contou a operadora de caixa.

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A mesma imagem circulava com mensagens diferentes, mas todas alertavam sobre o perigo que o casal supostamente representava. Uma delas diz que eles visitam escolas disfarçados de fotógrafos para roubar crianças.

"Quando descobri, entrei em pânico. E a única coisa que sabia fazer era chorar. Foi um pesadelo”, contou Francineide. Ela estava no trabalho quando um amigo mostrou os boatos pela primeira vez. A rotina dela mudou completamente desde então.
“Parei de andar de ônibus por medo. Meu cunhado me levava [para o trabalho], e meus amigos me levavam embora”, lembrou.

Os boatos circulam por todo o país, segundo ela. "Pessoas do Amazonas, do Paraná, de São Paulo e do Rio de Janeiro ainda compartilham as fotos. Inclusive, meus familiares no Maranhão chegaram a ver o boato”, disse.

Na tentativa de provar que a mensagem não condizia com a verdade, Francineide fez várias postagens nas redes sociais, mas ainda não conseguiu reverter a situação.

"A foto continua sendo compartilhada. Tem uma, inclusive, que tem uma criança cortada ao meio dizendo que sou a responsável por aquilo. Toda vez que entro na internet tem alguma foto sendo compartilhada como se fosse verdade”, citou.

Francineide tenta reverter boatos que
circular na internet (Foto: André Souza/G1)
Início dos boatos 

A operadora de caixa não tem nenhuma suspeita de quem teria começado os boatos na internet.

Antes disso, circulava uma foto do ex-marido, com uma mensagem que o acusava de ter abusado da filha dele e da filha de Francineide. Ele tinha sido denunciado e estava foragido. Hoje, está preso e responde por estupro de vulnerável.

"Mas, depois disso, o caso tomou outras proporções”, afirmou ela, citando as montagens com fotos do casal.

Para combater os boatos, Francineide acionou a polícia. Ela quer que o autor dessas montagens e responsável por espalhar as imagens seja encontrado. "Essa pessoa tem que pagar, porque essa pessoa ajudou a destruir a minha vida naquele momento”, afirmou.

De acordo com a Polícia Civil, é difícil descobrir a fonte exata do boato. Nenhum inquérito foi aberto para investigar a circulação das mensagens pela internet.

Para a especialista em crimes digitais, Adriele Cristina Rodrigues, os boatos demoram a parar de circular, pois a maioria das pessoas só vê a mensagem da acusação falsa. “Nem todo mundo teve acesso às mensagens em que ela explica a história. E, infelizmente, os boatos ainda vão permanecer por algum tempo”, explicou.

G1 MT

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