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Longe de um Brasil violento e inseguro, Luis Cardoso, o Piúga, recebe com sorrisos qualquer estranho que se aproxime de sua casa, que fica na cidade de Santa Luzia, na Paraíba, oferecendo sombra e água fresca no terraço.

Mas não foi a receptividade que fez o agricultor, de 73 anos, ficar conhecido na região. Piúga tornou-se famoso e atraiu curiosos por deixar de produzir algodão, milho e feijão para vender vento.
Os problemas enfrentados com as fortes secas que dificultam a produção agrícola deram lugar a uma oportunidade gerada pelos ventos fortes e constantes registrados no Nordeste, o que favorece o desenvolvimento de projetos eólicos. A “oferta” abundante do recurso atraiu a indústria e mudou a vida de agricultores como Piúga.
Há cerca de oito anos, Piúga conta que “estranhos” apareceram em sua casa e contaram a ele que queriam comprar vento.
A proposta era instalar três aerogeradores sobre as terras do agricultor, tornando a propriedade uma parte do complexo eólico de Santa Luiza, conduzido pela empresa espanhola Iberdrola, através da filial brasileira Neoenergia.
“Nunca tinha ouvido falar que podíamos vender o vento”, explicou Piúga, ainda incrédulo com a proposta que recebeu.
Não só o agricultor ficou ressabiado com a proposta que recebeu da empresa. Quando contou à esposa que tinha recebido uma oferta para vender vento, ela recebeu a notícia com desconfiança.
“Minha mulher achava que perderíamos o pouco que tínhamos, mas eu já tinha dado minha palavra, não podia voltar atrás”, revelou o agricultor, que agora agradece por ter tomado a decisão.
Fonte: Sandra Carnota Mallón – UOL

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