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A votação no plenário da Câmara dos Deputados, que começou pouco depois das 16h, neste domingo (17), foi concluída às 23h48 com a oposição já atingiu os 367 votos para encaminhar ao Senado Federal a autorização para a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). A base do governo foi traída por legendas que o Palácio do Planalto tinha como certas contra o processo. O último voto para alcançar os 342 do quórum mínimo foi do deputado pernambucano Bruno Araújo (PSDB-PE). 

Ao final da sessão, o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), encerrou os trabalhos e disse que encaminha ao Senado o processo ainda nesta segunda (18) ao presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL). Na sessão da Câmara foram registradas 7 abstenções e duas ausências. No total, 511 deputados federais se fizeram presentes. A sessão teve início às 14h, com os discursos dos líderes partidários.

Partidos como o PDT, que fechou questão contra o impeachment, teve vários deputados federais votando favoráveis à abertura do processo. O PR, também da base do governo, votou quase à unanimidade contra o Palácio do Planalto. 

Dos três ministros que deixaram os cargos para votar em defesa do mandato de Dilma, apenas Mauro Lopes (PMDB-MG), que era titular da Aviação Civil, votou a favor do impeachment. 

O vice-líder do PT, Paulo Pimenta (SP), deu os primeiros sinais de que o impeachment da presidenta Dilma Rousseff seria aprovado pelo plenário da Câmara dos Deputados às 21h, quando admitiu que os governistas pretendem acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para evitar o impedimento da presidenta.

A oposição já tinha conquistado pouco mais de 200 dos 342 votos necessários para a aprovação da matéria, Paulo Pimenta, no Salão Verde, que nem partido nem movimentos sociais reconhecerão um governo federal que terá à frente Michel Temer, “um político com menos de 1% das intenções de voto” dos brasileiros; e na vice-presidência Eduardo Cunha, “um réu da Lava Jato corrupto que abriu o processo de impeachment para se salvar da cadeia”, disse o vice-líder do PT, ao referir-se ao presidente da Câmara dos Deputados.

Segundo ele, a votação deste domingo (17) “foi apenas a primeira etapa” de um processo golpista em curso. “Não há nenhuma chance de um governo Temer-Cunha ter legitimidade. É um governo ilegal, ilegítimo, vai mergulhar o país numa profunda crise institucional, e isso deixará profundas cicatrizes na sociedade brasileira”, disse o deputado ao admitir que o partido já possui uma estratégia para o caso de o impedimento ser aprovado na Câmara.

“O STF não analisou o mérito e todos nós sabemos que não existe crime de responsabilidade. Todos nós sabemos que a presidenta Dilma não praticou nenhum crime. Vamos ao Senado, vamos ao STF e vamos às ruas com a convicção de que esse processo é um golpe patrocinado por uma pessoa que deveria estar na cadeia. Todos sabemos que não há nenhum, crime de responsabilidade. Sem passarem pelo voto popular, Temer e Cunha não terão condições moral nem política para governar o país. Dilma é vítima de um processo golpista criminoso. Um golpe pode ter 20, pode ter 50 votos, pode ter 350 votos, continua sendo um golpe.”, argumentou.

Segundo ele, caso Temer assuma a Presidência, ele terá dificuldades inclusive para obter reconhecimento internacional. “O mundo, a imprensa internacional hoje publica com destaque, jornais da Inglaterra, dos Estados Unidos, da França, do mundo inteiro, alguns falam em uma gangue. Uma gangue de criminosos julgando uma mulher honesta”, disse o vice-líder. “Não haverá reconhecimento internacional”, completou.



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