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A médica cubana Yaima Camejo, que abandonou o programa “Mais Médicos” da cidade de Cuité, Curimataú paraibano, revelou o motivo que deixou o emprego. Diferente da primeira informação, que a médica teria fugido, a mesma afirmou que não aguentou os maus tratos da Gestão Municipal.

As declarações da profissional foram feitas através das redes sociais em um bate-papo com a vereadora cuiteense líder da bancada de oposição, Isis Rafaela (PSD). Na conversa, publicada pelo Blog do Dema Macedo, Yaima conta tudo o que sofreu em Cuité e diz que durante o tempo que passou na cidade só recebeu a visita do secretário de Saúde, Gentil Palmeira, apenas uma vez.

“O secretário só foi uma vez lá no posto e conhecia melhor meu marido do que eu, porque malhava na academia [local que o seu marido trabalhava]. Ali foi onde mais o vi e não falava nada”, escreveu a médica.

Camejo disse que o contrato do “Mais Médicos” tem uma bolsa para aluguel e alimentação que vai de R$ 500 à R$ 2.500. Contudo, a mesma só recebia R$ 500 e ainda tinha que “chorar” para receber. “O contrato dá uma bolsa para aluguel e alimentação e eles davam o mínimo. Dão para eles de R$ 500 a R$ 2.500 reais, mas só nos davam R$ 500. Depois de falar muita mentira eles aumentaram o aluguel para R$ 900. O aluguel sempre tinha que ser depositado no dia 10 de cada mês e todos os meses o sofrimento para colocar ele era o mesmo. Falavam que iam colocar e mentiam”, revelou.

A médica ainda reclamou do tratamento que recebia quando tinha que ir às reuniões em Campina Grande. Segundo ela, colocavam a mesma dentro de um veículo com pacientes e mesmo assim tinha dias que não iam, pois a prefeitura não disponibilizava o transporte. Ela ainda disse que desde o mês de outubro tentou falar com a prefeita, mas a mesma não atendeu.

“Falamos que queríamos uma audiência com ela desde outubro e nunca a senhora [a prefeita] quis falar com nós. A maior enrolação e falavam que iam colocar o dinheiro que pertence a nós e não colocava. Só ligam para precisar de nós, para trabalhar, nunca para saber, Gentil nem sabia que existíamos”, destacou.

A médica finaliza falando sobre a sua ida para os Estados Unidos e diz que não fugiu. “Eu fiquei cansada disso, eu não tinha porque fugir, pois eu tinha um refúgio político no Brasil. Eu podia ficar lá [em Cuité] sem problemas. Tenho meu advogado e eu posso voltar ao Brasil sem problemas. Só que assim ninguém consegue trabalhar. Eu não fugi, o governo cubano queria que Ivan [seu marido] voltasse comigo faz tempo. Eu estou nos Estados Unidos porque eu quis, mas me aconteceram muitas coisas que me magoaram e por isso fui embora”, concluiu.

Yaima Camejo, 34 anos, é natural da cidade de Pinar del Rio, em Cuba, e trabalhava em uma Unidade de Saúde da cidade de Cuité há um ano. A mesma deixou a cidade de Cuité com o seu marido, o educador físico Ivan Maestre, o qual trabalhava em uma academia da cidade. A profissional teria deixado o Brasil no último dia 9 de junho e só na semana passada foi notada a sua ausência na cidade.

Flavio Fernandes

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