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A agrovila e as paisagens do assentamento da reforma agrária Santa Catarina, em Monteiro, no Cariri paraibano, a cerca de 320 quilômetros de João Pessoa, serviram de cenário para o longa-metragem independente “Os Caçadores de Botija 2″. A comédia, com 1h41 de duração, foi gravada durante 12 dias e custou aproximadamente R$ 2,5 mil – recursos doados principalmente por pequenos
comerciantes e pelos próprios produtores e atores. A direção do filme é de Gilvan Pereira e de Antônio Carlos dos Santos Paiva, que é produtor do longa e roteirista ao lado de Asley Ravel. A direção de fotografia também é de Asley Ravel e a produção é da Karabina Filmes.
De acordo com Carlos Paiva, o Assentamento Santa Catarina foi escolhido como cenário do filme “Os Caçadores de Botija 2″ por ser uma das mais antigas comunidades rurais do município e devido ao roteiro incluir o tema da reforma agrária. “Além das paisagens naturais, o assentamento possui um povoado (agrovila) que lembra uma pequena cidade do interior, com escola, posto de saúde, casas, igreja, associação comunitária, mercearia, bar e orelhão”, contou o diretor e produtor do filme, que também atuou como ator nessa e em outras produções e é diretor do Museu Histórico de Monteiro Arnaldo Bezerra Lafayette.
Todas as imagens do filme, em full HD, foram captadas em 12 dias, no final de 2012, com uma câmera fotográfica e filmadora do modelo Canon EOS 7D pertencente a Asley Ravel. “Sempre gravávamos nos finais de semana, que era o tempo que a gente tinha disponível”, disse Carlos Paiva.
O filme foi lançado no Teatro Municipal de Monteiro em 2013 e, desde então, vem sendo exibido em praças públicas e em escolas municipais.” Os Caçadores de Botija 2″ também participou, em 2013, da mostra de filmes do V Festival de Cinema do Congo, principal evento da cinematografia no Cariri paraibano e um dos mais importantes festivais do estado. O filme também foi pirateado e está disponível na internet através do YouTube, onde já alcançou cerca de 140 mil acessos.
Com poucos recursos, Carlos Paiva está em busca de patrocinadores para produzir mais filmes independentes, inclusive no assentamento de Santa Catarina. “Estou pensando em fazer um filme de faroeste em plena caatinga do assentamento porque o cenário daquela comunidade é muito bonito”, afirmou.
Além do filme “Os Caçadores de Botija 2″, gravado no Assentamento Santa Catarina, Carlos Paiva participou de outras duas produções. Elas formam uma espécie de trilogia. A primeira produção foi “João Badalo e a Botija encantada” e a mais recente, e terceira da trilogia, foi a “A Botija Desencantada”. Os dois filmes têm roteiro de Paiva e de João Badalo e direção de Gilvan Pereira.
Elenco
O elenco do filme contou com três assentados e com Isabel Marques da Silva, mais conhecida como Zabé da Loca, e sua banda de pífanos Os Curumins da Serra. Devido a problemas financeiros, a mais conhecida artista da reforma agrária paraibana, hoje com 91 anos, morou por 25 anos numa loca (gruta) sob duas pedras na Serra do Tungão, no imóvel de 2,7 mil hectares que em 1995 foi transformado pelo Incra no assentamento Santa Catarina, onde hoje estão assentadas 260 famílias. Em 2003, Zabé deixou a loca, que continua intocada e é um ponto de visitação turística e de preservação cultural, e passou a morar em uma das casas do assentamento Santa Catarina. Ela nunca frequentou a escola e, aos sete anos, aprendeu a tocar pífano com o irmão Aristides.
Entre os atores do filme, segundo Carlos Paiva, estão, além de pessoas na terceira idade, usuários do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Monteiro, artistas populares, e deficientes físicos.
O figurino usado pelos personagens do filme recebeu os cuidados da esposa de Paiva, Silvana Andrade, e Josy Galvão. Na maior parte das cenas os atores não precisaram de maquiagem, tarefa que ficou a cargo de Juliana Feitosa, uma das atrizes do filme.


de olho no cariri

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